O Ministério Público Federal no Distrito Federal arquivou nesta Segunda-Feira dia 18/04/2011 pedido de uma Associação de militares para censurar a Novela do SBT "Amor e Revolução", que retrata a repressão a militantes de esquerda durante a ditadura (1964-1985).
Segundo a Procuradoria, não foram apresentados elementos mínimos para justificar a investigação.
Vai ao ar hoje, no encerramento do capítulo da novela "Amor e Revolução", do SBT, o depoimento gravado pelo ex-ministro José Dirceu sobre sua prisão pela ditadura, em 1969, e o período em que viveu exilado em Cuba e clandestino no Brasil.
Já gravaram para a trama de Tiago Santiago nomes como Criméia Almeida, ex-guerrilheira do Araguaia, e Rose Nogueira, que dividiu a cela no Dops com a presidente Dilma Rousseff.
A participação de Dirceu é menos dramática.
Ele faz uma distinção entre a época em que foi preso, quando a tortura ainda não era corrente, e o recrudescimento posterior.
"Quando chegamos ao Dops houve uma sessão de pancadaria, de chutes."
Ele narra que foram para o 4º RI, unidade do Exército em que Lamarca esteve preso, onde teria havido mais maus tratos.
"A comida era uma lavagem, a cela era pra ter pneumonia e tuberculose.
Percebemos que aquilo já era prenúncio do que estaria pra começar de tortura e da ditadura", diz Dirceu no vídeo, ao qual a Folha teve acesso.
Ele descreve as condições do congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), que levou à prisão de cerca de 800 participantes, em 1969, como "precárias".
"Nós recebemos a informação de que o lugar estava cercado e decidimos não sair.
Fomos todos presos", conta Dirceu, que está inelegível após ser cassado pela Câmara, sob acusação de ter chefiado o mensalão.
Ele é réu na ação penal do STF (Supremo Tribunal Federal).
Seu depoimento, de uma hora, deve ser usado em outros capítulos.
A novela do SBT, que vai ao ar às 22h, estreou no último dia 5, com média de audiência de 7 pontos na Grande São Paulo.
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