domingo, 13 de fevereiro de 2011

"Sapopemba" Há incompetência dos diversos anos dos governos tucanos, prédio do IML inaugurado em 2008 no Sapopemba continua totalmente ocioso.


Criado para desafogar a demanda da região leste da cidade, que dispõe de apenas um Instituto Médico Legal (IML) funcionando em Artur Alvim, o prédio do IML Leste II na avenida Sapopemba, altura do número 12.000, ainda não cumpriu sua função. Construídas há dois anos e meio, junto ao Instituto de Criminalística (IC) de São Mateus, as salas do novo IML, além da área para a conservação dos corpos, seguem vazias.

Enquanto isso, a unidade de Artur Alvim está sobrecarregada, obrigando a população a aguardar horas pela liberação de laudos técnicos e científicos.

Funcionários da Polícia Técnico-Científica (PTC), que coordena o IML e o IC, ouvidos pela Folha admitem que a ociosidade do novo prédio é um grande desperdício.

“Seria muito importante para a região contar com esse serviço, pois dividiria a demanda que atualmente é atendida em uma única unidade.

Não tem cabimento o Estado construir um espaço e deixá-lo inativo”, comenta um destes funcionários que preferiu preservar o nome.

Eles acreditam que o equipamento está inativo por falta de recursos humanos.

“Não há efetivo para ocupar o espaço, por isso não funciona.

O Estado abre concurso para completar vagas que surgem com aposentadorias ou mortes.

Não contratam pessoas a mais para atuarem em novas unidades”, denunciam.

Laboratório de entorpecentes

Outra questão levantada é a inexistência de um laboratório de análise de entorpecentes no IC São Mateus, anexo ao IML ocioso.

A ausência desse tipo de exame torna obrigatório o encaminhamento das drogas apreendidas na região para o IC do Butantã - o que atrasa o andamento das ocorrências.

Nos casos de apreensões de entorpecentes, o delegado só pode caracterizar o flagrante mediante um laudo provisório da droga, expedido após a análise de peritos do IC.

A justificativa apontada por policiais para o IC São Mateus não contar o laboratório também é a falta de efetivo.

“Não dá para ter um laboratório de drogas se não tiver mais contratações.

Para um setor desses funcionar são necessários, no mínimo, nove peritos, nove fotógrafos e nove assistentes, ou seja, mais 27 pessoas”, declara o funcionário de um IC.

“Além disso, a estrutura do prédio no Sapopemba também precisa ser ampliada para receber o laboratório”, completa.

O deputado estadual Adriano Diogo (PT), que tem base política na região, pretende criar uma emenda parlamentar para destinar recursos para a instalação do laboratório.

“É um serviço essencial para a região, onde acontece mais de 50% dos casos de apreensão de entorpecentes da cidade”, destaca Diogo.

“Há ocorrências em que, justamente por não existir outra unidade em São Paulo para análise das drogas, acabam levando dois ou três dias serem concluídas.

Se o IC do Sapopemba contar com esse serviço será muito útil não apenas para a região como para a cidade em geral”, afirma.

Outro lado

A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública informou que, de acordo com a Superintendência da Polícia Técnico-Científica, o IML Leste II passa por adequações técnicas e remanejamento de recursos humanos, mas entrará em funcionamento ainda no mês de fevereiro.

Quanto ao laboratório de exames de entorpecentes, a assessoria se limitou a ressaltar que esse serviço é centralizado na sede do IC, no Butantã, pois conta com equipamentos de última geração para a constatação completa das substâncias.

Fonte Gerson Rodrigues : Folha da Vila Prudente

Um comentário:

Anônimo disse...

...por fora bela viola, por dentro pão bolorente....