Pela primeira vez em cinco anos, a iluminação pública deixa de ocupar a liderança nas reclamações apresentadas à Ouvidoria Geral do Município. Em relatório divulgado na última segunda-feira, dia 24, relativo ao 2º trimestre deste ano, a qualidade do atendimento ultrapassa a iluminação pública.
Do novo item campeão, que se encaixa a qualquer órgão municipal, a Secretaria de Saúde teve 717 queixas, seguida pela Secretaria de Coordenação das Subprefeituras com 58.
Em outra tabela elaborada pela Ouvidoria, a de reclamações endereçadas a setores da Prefeitura, a Saúde teve 939 ocorrências, frente a 604 da Secretaria de Serviços, esta responsável também pela iluminação pública.
A Ouvidoria é um dos termômetros da administração municipal.
A população recorre a esse órgão quando o serviço solicitado é ignorado ou demora, ou ainda quando o atendimento deixa a desejar. Apesar da criação das Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs), que prestam atendimentos emergenciais com clínicos gerais e pediatras, sobre a saúde pública da cidade recaem diversas queixas. A reportagem do JORNAL PAULISTANO esteve em algumas unidades de saúde da região.
Lá, constatou com pacientes que existe um grande tempo de espera para conseguir consultas com especialistas, agendamentos demorados de exames que chegam a perder o prazo de validade no retorno da consulta e certos remédios não disponíveis na listagem.
O mecânico aposentado, Lourival Pereira dos Santos, de 69 anos, morador do Parque Santa Madalena, esperou dois anos para conseguir exame de ultrasonografia que constatou em 2007 problema na próstata.
Desde então, passa de seis em seis meses no urologista da Assistência Médica de Especialidades (AMEs) de Vila Prudente.
“Não vou precisar de cirurgia, mas tenho grande dificuldade para conseguir o medicamento Dorcazina”, disse.
O calvário desse mecânico aposentado não parou por aí.
Em dezembro do ano passado, ele começou a sofrer infecção no calcanhar.
“O médico do meu posto [UBS Santa Madalena] não me encaminhava para o vascular aqui de Vila Prudente.
Ele receitava pomada, mas a infecção estava chegando ao nervo e poderia perder a perna”, relata.
“Mesmo com as confirmações dos médicos dos Hospitais de Vila Alpina e do Ipiranga, de que o meu caso era urgente, não conseguia passar pelo médico vascular e também pelo exame receitado.
Só depois de muita briga consegui fazer o exame, que custa R$ 130, numa clínica particular, mas que abre vagas para atendimento gratuito no Jabaquara.
Lá consegui o exame e os remédios. Hoje, está melhorando”.
“Na saúde pública é preciso ter muita paciência, pois tudo é bastante demorado”.
Problemas geográficos e de instalações também repercutem na qualidade dos atendimentos aos pacientes.
Para dar lugar à implantação da AMA na UBS Hermenegildo Morbim Júnior, no Jardim Independência, todos os seus especialistas foram transferidos, o que revoltou a população do bairro.
“Até há dois anos lá tínhamos dermatologista, reumatologista, cardiologista e outros”, revela o motorista aposentado, Antônio B. Silva.
“Todo mundo se revoltou na época e até apareceu num programa de tevê.
Mas não adiantou.
Hoje só temos clínico geral e pediatra”.
Com problema no ouvido, o encarregado de manutenção, Aparecido Carvalho de Souza, de 70 anos, morador de Vila Prudente, não sabe mais a quem apelar para conseguir exame para medir o nível de sua deficiência auditiva.
“Mandaram voltar na semana que vem [UBS Vila Prudente] para passar pelo clínico, mas soube que para fazer esse exame deve demorar uns 90 dias”, relata.
“Sem esse exame não tenho como usar aparelho, pois não há como saber o grau.
Para conseguir o aparelho gratuitamente há fila de espera de oito a dez mil pessoas.
Meu patrão até se dispôs a comprá-lo.
Ele custa mais de mil reais, mas preciso da receita do exame”.
REMÉDIOS EM FALTA
Na UBS Dr. Hermínio Moreira, em Vila Alpina, que dispõe somente de clínico geral e pediatra, parte dos pacientes a acessam para conseguir remédios, mas alguns sem êxito.
“Minha filha está com a garganta inflamada e passou logo pela manhã pelo Hospital Vila Alpina.
Lá receitaram dois medicamentos.
A Dipirona consegui, mas a Amoxilina não”, conta a auxiliara de limpeza, Roseleine Santos, moradora de Vila Bela.
“Não utilizo esse posto para consultas.
Vim apanhar os remédios, pois estou com dificuldades financeiras”.
O feirante aposentado, Sétimo Francisco Bonassa, de 79 anos, também costuma passar por essa unidade para tentar obter seus remédios. “Não tenho problemas nos atendimentos, pois tenho filho médico. Preciso tomar todos os dias Sivastinina (para colesterol) e Finasterida (para a próstata).
Às vezes consigo no posto do Jardim Independência”, explica. “Quando falta no posto mando fazer em laboratório pela metade do preço”.
Na AMA/UBS Oratório, no bairro de Santa Clara, a queixa mais comum é a espera pelo atendimento.
“Pediram comprovante de residência para arrancar o dente.
Bati a boca na oficina”, relata o mecânico, Ângelo Santos.
“Estou morando em Vila Formosa e lá no posto não tem dentista”.
O motorista Salatiel José dos Santos, que mora na Santa Clara, também faz coro.
“Demorou 40 minutos para medir a pressão”, resmunga. Amparada pelo filho, a dona de casa Maria Torres Rabi, de 82 anos, caminha com dificuldade em direção a esta UBS. “Em maio marcaram a consulta para setembro, mas estou com fortes dores perto do joelho”, declara. “Tenho esperança de ser atendida”.
Na UBS/AMA do Jardim Independência, a dona de casa Francisca Ruiz Palma, de 61 anos, tenta pela sétima vez em quase duas semanas marcar consulta com o clínico geral.
“Ele é ótimo [Dr. James], mas ainda não abriram a sua agenda. Pediram para ligar nesta sexta-feira”, explica. “Antes, o retorno era automático”.
COMENTÁRIO BLOG COBRA NOTÍCIAS : O GOVERNO DO ENTÃO PREFEITO GILBERTO DEMO/KASSAB CONSEGUIU BATER MAIS UM RECORD .
RECLAMAÇÕES NA OUVIDORIA GERAL DO MUNICÍPIO COLOCARAM A SAÚDE EM 1° LUGAR GANHANDO DISPARADO DE RECLAMAÇÕES DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA .
POIS É E DEPOIS ELES VÊEM A TV COM A COM A MAIOR CARA DE PAU E DIZEM QUE A SAÚDE ESTA BOA .
É DA PARA SE VER QUE O DIGA O SENHOR LOURIVAL PEREIRA DOS SANTOS QUE TEVE QUE ESPERAR NADA MAIS NADA MENOS QUE 2 ANOS PARA CONSEGUIR UM EXAME DE ULTRASONOGRAFIA.
E ISSO É SÓ UM POUCO DO REFLEXO QUE ESTA ACONTECENDO EM SAPOPEMBA E VILA PRUDENTE IMAGINEM O QUE NÃO VEM ACONTECENDO NO EXTREMO SUL DA CIDADE .
GOVERNO DEMO/TUCANO SERRA/KASSAB LEVANDO SÃO PAULO PARA A UTI !!!
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