quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sindicato teme que Impasse da Prefeitura de São Paulo com Empresa Prestadora de Serviço (BRASIL DEZ), poderá parar o Combate a Dengue.



As ações de combate à dengue na capital funcionaram nesta quarta-feira,dia 1/12/2010 , com 60% da capacidade e devem parar totalmente.

É o que afirma o sindicato que representa os motoristas contratados para transportar as equipes da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa).

As ações preventivas contra a dengue vêm sofrendo problemas administrativos desde o fim do ano passado.

Paralelamente, o número de paulistanos doentes já é o maior dos últimos oito anos.

A Prefeitura nega irregularidades.

A ameaça ao combate ao mosquito da dengue tem natureza trabalhista.

Segundo o Presidente do Sindicato dos Locadores Individuais de Veículos e Máquinas do Estado de São Paulo (Sindliv), José Carlos da Silva, os motoristas estão sem receber salário há 90 dias.

São 640 condutores na Covisa e 80% deles (512) trabalham no transporte dos agentes de combate à dengue.

José Carlos da Silva diz que, se não receberem hoje, a paralisação será de 100%, o que deixará os técnicos a pé.

Fora o salário atrasado, segundo o Sindliv, os motoristas têm abastecido as peruas com dinheiro próprio.

Os motoristas são contratados da empresa Brasil Dez, que presta serviços de transporte para a Covisa.

O Jornal da Tarde conversou com uma agente de zoonoses, de 43 anos, que pediu anonimato.

Ela disse que há problemas de transporte nas 27 unidades da Supervisão de Vigilância em Saúde.

“Nosso trabalho é percorrer uma área de até 500 metros ao redor dos locais onde há suspeita de infecção e tentar localizar larvas (da dengue), além de orientar a população.

O serviço não está sendo feito porque não há peruas para nos levar a esses locais”, diz.

Segundo o site da Prefeitura, entre setembro e outubro, a Brasil Dez recebeu R$ 6,6 milhões da Covisa.

O sindicato diz que a dívida com os motoristas chega a R$ 3,2 milhões.

A reportagem tentou contato com a Brasil Dez ontem, mas não há telefone da empresa no endereço em que a firma está cadastrada na Junta Comercial do Estado.

O gerente que negocia com o sindicato, cujo telefone foi passado pelo Sindliv, disse que “desconhecia” a paralisação e se recusou a conversar com o Jornal da Tarde.

Em nota, a Prefeitura disse que “os pagamentos estão em dia de acordo com a prestação de contas realizada pela empresa, seguindo as cláusulas contratuais” e que “o combate à dengue continua sendo realizado sem prejuízo à população do município”.

A nota não diz quais serão as medidas que a Prefeitura irá tomar no caso de paralisação dos motoristas.

Bruno Ribeiro Jornal da Tarde.

Nenhum comentário: