domingo, 1 de maio de 2011

Presidente da Associação Estrela do Bairro”CAPOEIRA”denuncia para o Jornal Folha de Vila Prudente o descaso do Transporte Publico em algumas linhas da região de Sapopemba.


Matéria do Jornal Folha de Vila Prudente retrata o descaso do Transporte Publico em Vila Prudente, São Lucas e Sapopemba Zona Leste de São Paulo.

Ônibus: atrasos, poucas linhas e veículos em más condições: esta é a realidade do transporte na região .

Segundo levantamento divulgado nesta semana pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), a capital paulista chegou a marca de 20 mil novos veículos nas ruas por mês.

O que vai de acordo com a previsão de especialistas de que o trânsito da cidade um dia irá parar.

Para evitar este colapso, não faltam campanhas por parte da Prefeitura incentivando a população a deixar o carro em casa e utilizar o transporte público.

Porém, o governo municipal esquece de outro grande problema desta metrópole: a falta de transporte coletivo de qualidade.

Na região, por exemplo, são muitas as reclamações quanto às linhas de ônibus, sendo a maioria direcionada para o baixo número de veículos nas linhas, atrasos constantes e coletivos lotados.

Nos distritos de Vila Prudente, São Lucas e Sapopemba é grande a insatisfação dos usuários com o transporte.

“Está praticamente impossível não chegar atrasada nos compromissos.

Há poucos carros nas linhas que atendem a região.

Há dias em que espero mais de 30 minutos para conseguir entrar em um ônibus e me dirigir até à Vila Prudente.

De manhã, os coletivos estão lotados, com pessoas nas escadas e grudadas nas portas.

Onde está a fiscalização?”, questiona a moradora do Parque São Lucas, Emilia Domanoski Gurniak .

Ela lista as linhas com problemas: 314J-10 Santa Madalena/Metrô Liberdade; 311C-10 Parque São Lucas/Bom Retiro; 4228-10 Parque Santa Madalena/Terminal Parque Dom Pedro II; 4221-10 Jardim Planalto/Terminal Parque Dom Pedro II e 5142-10 Terminal Sapopemba-Teotônio Vilela/Terminal Parque Dom Pedro II, todas do Consórcio Via Sul.

A principal reclamação dos usuários é quanto à demora entre um ônibus e outro.

“Moro no Jardim Independência e estudo no Tatuapé.

Utilizo a linha 373-M Jardim Guairacá/Metrô Tatuapé (Via Sul).

Teve dias em que esperei por mais de meia hora pelo ônibus. Em uma ocasião, cheguei ao ponto às 18h e fiquei até às 18h45.

Cansada, resolvi voltar para casa e prestei atenção quando o coletivo passou: eram quase 19h.

Também temos horários a cumprir.

Sendo que não pagamos barato pela passagem e somos obrigados a ficar mais de 45 minutos esperando por um ônibus”, comenta a estudante Tatiane Aparecida Marques.

Há muitos questionamentos também quanto ao itinerário seguido por algumas linhas que, segundo eles, só aumenta o trajeto e não traz benefício.

“Alguns ônibus que atendem a Vila Alpina passam em ruas desnecessárias.

Há linhas que demoram mais de 30 minutos somente para deixar o bairro.

Falta objetividade, como é o caso do 373A-10 Vila Alpina/Metrô Bresser (Via Sul), que faz turismo pelo bairro”, afirma o presidente da Sociedade Amigos de Vila Alpina (Savalp), Rubens Ribeiro, que ressalta ainda que há déficit de coletivos na região.

“Em horários de picos muitas pessoas ficam aglomeradas nos pontos.

A demanda de usuários é maior que o número de ônibus”, completa.

Já o presidente da Associação Estrela do Bairro, do Jardim Planalto, José Amaro da Silva, o Capoeira, critica o valor pago pelo serviço.

“O que adianta cobrar R$ 3 pela passagem, se quanto mais o preço aumenta, mais o transporte fica precário? Os ônibus são velhos e quebram muito.

Há algum tempo os passageiros tiveram que empurrar um dos carros da linha 4221-10, da Via Sul.

Sem falar do grande intervalo que há entre um ônibus e outro, o que, quando um dá problema, acarreta em atrasos ainda maiores”, completa Capoeira.

A falha no serviço também é apontada por muitos como um dos principais motivos para o aumento no número de carros nas ruas.

“De ônibus preciso acordar muito mais cedo, enfrentar filas enormes, ser esmagado, passar calor e ainda correr o risco de chegar atrasado no trabalho.

Sem falar que com o valor atual da passagem, mesmo com o aumento da gasolina, compensa mais ir de carro, fora o conforto”, opina o morador da Vila Prudente, Fábio Heleno Garcia.

O raciocínio de Garcia confere.

Ele reside na rua Ibitirama e trabalha na região central da cidade, a cerca de 8 quilômetros de distância.

Por semana ele gastaria R$ 30 com o ônibus.

Já com o seu automóvel 1.0, que consome aproximadamente um litro de gasolina a cada 12 quilômetros, ele gasta por semana neste mesmo trajeto R$ 19 de combustível.

Há mais de 10 dias, a reportagem indaga a São Paulo Transporte (SPTrans) sobre os problemas com o transporte coletivo na região, bem como os atrasos, se o número de linhas atende a demanda, a conservação dos coletivos e a fiscalização nos consórcios responsáveis pelo transporte.

No entanto, o órgão não se pronunciou.

Valor da tarifa subiu 115% na última década.

De 2001 para cá, a passagem de ônibus em São Paulo mais do que duplicou o seu valor.

No primeiro ano da gestão de Marta Suplicy (PT), o preço pago para circular de ônibus na cidade era de R$ 1,40.

Com o aumento deste ano, a tarifa chegou aos contestados R$ 3,00.

Ou seja: em uma década, o valor pago pelo transporte em São Paulo teve um aumento considerável de 115%.

A inflação da passagem na capital supera a da gasolina, que é uma das maiores do país.

Em 2001, o litro do combustível, em média, saia por R$ 1,51, e hoje, mesmo com o considerado preço abusivo nas bombas, o valor entre um posto e outro é de aproximadamente R$ 2,89, cerca de 90% de aumento na década.

Matéria Gerson Rodrigues e Rafael Gonçalo Jornal Folha de Vila Prudente.

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