terça-feira, 7 de setembro de 2010

Reflexo da Segurança do Governo SERRA/KASSAB, Associação em Sapopemba é Furtada 6 Vezes !!!!

Aula de coral da Associação de Idosos Vida Nova, ministrado pela professora Emily (Foto: Robson Fernandjes/AE)


Camila Haddad

Um grupo de mil idosos não tem ido mais ao baile dançar ao ritmo de salsa, valsa e country.

Um crime pôs fim ao encontro, uma tradição de 22 anos da Associação dos Idosos de Sapopemba, na zona leste.

É que este ano, em um dos seis furtos à unidade, ladrões levaram todos equipamentos de som do salão.

Nem os discos antigos e o globo de luz foram poupados.

Era a única chance que o grupo tinha de movimentar o corpo.


A direção da unidade atribui a onda de crimes à desativação de uma base fixa da Guarda Civil Metropolitana (GCM), cujo serviço era feito 24 horas.

A Prefeitura, responsável pela GCM, informou que vai rever a situação. Até que isso ocorra, guardas-civis estão no local, só que até as 18 horas.


A aposentada Rosa Pinto da Silva, presidente da associação, está inconsolável, assim como os idosos – homens e mulheres – devidamente matriculados nas atividades que envolvem música.

“Com a saída da base, à noite ficamos ao deus-dará”, afirma Rosa. “Foi isso que causou os roubos.

Antes não tínhamos esses problemas por aqui.”


Para Rosa, a casa tem como ação principal resgatar a autoestima e atrair a população mais idosa para os cursos de ginástica, tecido, bordado, tricô, coral e alfabetização.

Por enquanto, pelo menos na parte musical, tem sido possível fazer as aulas de ginástica, só que com um micro system, que tem pouca potência.


A presidente fez um abaixo-assinado ao prefeito Gilberto Kassab (DEM) com 1.600 assinaturas pedindo o retorno da GCM 24 horas.

“Não tivemos resposta”, afirma ela, que enviou o documento em dezembro, quando a base saiu.


Reciclagem


Em lágrimas, Rosa relembra os itens levados em cada ação da quadrilha.

“O nosso microfone também foi carregado. Era com ele que a gente fazia bingo para arrecadar dinheiro”, diz.

Da cozinha da unidade, só não foi levada a máquina de cortar frios.

“Acho que só ficou porque não passou pela janela.

” As carnes congeladas e comidas desapareceram do freezer. Levaram até talheres e a cortina.


No último assalto, em 8 de agosto, ladrões encostaram um caminhão na entidade e carregaram as latinhas reservadas para reciclagem.

A aposentada Gracinda Marias Mira, de 81 anos, desabafa: “Falta respeito com a gente.

Aqui sempre foi sossegado”.

A colega Otilia Maria André, de 76, conta que a atividade mais interessante era a ginástica.

“Agora é um radinho portátil, que não dá para fazer baile, não.”


Francelina Dias Ferraz, de 82, sorri e lembra que adorava dançar. Ela diz que roupas coloridas e maquiagens fazem parte de seu cotidiano.

Sentadas em um sofá, em uma das poucas salas intactas pelos criminosos, as “mocinhas” da terceira idade fizeram um apelo.

“A gente queria só que eles (ladrões) nos deixassem em paz.”


Os homens, também frequentadores assíduos do local, compartilham o recado.

“Estive aqui em todas festas, bingos.

Sempre faço questão de ajudar”, diz Antônio Augusto Teixeira, de 72 anos.

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