terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Áreas de risco preocupam moradores do Parque Santa Madalena .


Áreas de risco preocupam a zona leste
A defesa civil tenta remover as famílias que vivem numa das áreas que desabaram, na zona leste. Há riscos de novos desmoronamentos.
Como acalmar o bebê se o pai não consegue tirar os olhos do perigo? O medo dos moradores do Parque Santa Madalena começou hoje às quatro horas da manhã. Foi quando um deslizamento de terra levou a casa e a vida Francisco Oliveira Lima. “Medo ele tinha, mas vai fazer o quê? Não tem para onde ir. Vai ficar embaixo do viaduto? No viaduto não cabe mais ninguém”, diz Gerlado, irmão de Francisco.
Os bombeiros só encontraram o corpo do catador de papelão duas horas depois da tragédia com a ajuda de cães farejadores.
O desabamento foi em um ponto do morro. O barraco de seu Francisco ficava lá em cima. Toda a área é considerada de alto risco não só as casas que estão no alto do morro como as que estão embaixo também. “São 20 imóveis, nós vamos fazer a interdição de algumas acima de onde aconteceu o acidente e outras abaixo também”, diz Jair Paca de Lima, Coronel da Defesa Civil.
A casa de Alessandra corre risco de cair. Ela foi atingida pelo desmoronamento da madrugada. “Você luta para ter alguma coisinha para ficar em paz. Eu vim para cá porque eu fui despejada de casa, comprei aqui. Você sabe que não é uma área boa, mas é o que você pode dar”, lamenta Alessandra Freitas, dona de casa.
A casa de Fernanda está alto do morro. A porta dos fundos não abre mais. “O quintal da vizinha caiu em cima da minha parede”, revela.
Sidênia mora há seis meses no local. Pagou dois mil reais pelo terreno onde construiu o barraco, embaixo de um lixão. “O chão está fofo, o chão está todo encharcado, virando lama”, revela Sidênia Marcelina Mendes, catadora.
As três donas de casa se juntaram no meio da manhã na paróquia do bairro com outros moradores que estão na mesma situação. Lá receberam um papel pra quem entrem em contato com a subprefeitura. “Querem indenizar, mas é cinco mil. Não dá pra nada”, reclama uma delas

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